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sábado, 12 de junho de 2010

Serra ataca o apadrinhamento, o aparelhamento do Estado e os políticos "neocorruptos"

Na intervenção pública mais contundente já feita, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra(foto), fez neste sábado(12) na convenção nacional do PSDB, em Salvador, um forte discurso de oposição no qual atacou o apadrinhamento, o aparelhamento do Estado e os políticos "neocorruptos".

O tucano desfiou um rosário de "verdades eternas", tratadas como valores dele e de seu governo, se for eleito em outubro.

Sem falar explicitamente o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra comparou as suas "crenças" com as práticas de oito anos de PT no poder, disse que os chefes de governo não podem acreditar que personificam o Estado e, citando Luis XIV, acrescentou: "Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses."

Além da defesa do Estado de Direito e da crítica a quem "desdenha a democracia nas ações diárias", Serra disse que o Brasil precisa se afastar de "três recordes internacionais": uma das menores taxas de investimento público do mundo, a maior taxa de juros do mundo e a maior carga tributária de todo o mundo em desenvolvimento.

O tucano repetiu a biografia apresentada na pré-convenção, em Brasília, em abril passado, falou do político de origem pobre e que estudou em escola pública, e concluiu: "Não comecei ontem, não caí de paraquedas" e, "comigo, o povo brasileiro não terá surpresas."

‘Acredito’

Ao longo do discurso, Serra citou 13 vezes a palavra "acredito" para se diferenciar do governo Lula e do PT. Também citou 9 "necessidades e esperanças" que considera serem objetivos da "maioria dos brasileiros".

Na lista das crenças, ao dizer que a democracia não pode ser adotada como um "instrumento tático", Serra acrescentou que esse é o regime e o caminho para melhorar a vida das pessoas. "Não é com o menosprezo ao Estado de Direito e às liberdades que vamos obter mais justiça social duradoura", afirmou ele.

Ao tratar dos sindicatos, cooptados pelo governo Lula com a legalização das centrais e a distribuição do imposto sindical pago pelos trabalhadores, Serra criticou as "organizações pelegas sustentadas com dinheiro público" e defendeu a liberdade de imprensa e de organização social - que não devem, afirmou, ser "intimidades, pressionadas e patrulhadas pelos governos e partidos".

Ao criticar duramente o governo Lula, reforçando o papel de adversário da atual gestão petista, o tucano fez inflexão em relação à posição de cautela adotada na fase de pré-campanha e durante os mais de três anos que comandou o Palácio dos Bandeirantes.

"Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que os outros fizeram ou que foi levado a isso pelas circunstâncias deve merecer o repúdio da sociedade. São os neocorruptos", declarou o candidato tucano, em discurso de mais de 40 minutos para uma plateia de cerca de 5.000 pessoas, no Clube Espanhol, em Salvador.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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